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48 horas? Nem pensar

 

Imagine que é acusado de um crime. O seu advogado oficioso pede 48 horas para estudar o processo. O juiz recusa. Como se sentiria?

Foi isto que aconteceu no caso Marquês. A juíza negou ao advogado dois dias para analisar o processo. Muitas pessoas aplaudiram, pensando: finalmente, alguém que põe um arguido na ordem!

Mas negar este prazo não serve a justiça. Serve a opinião pública. E esse não é o papel da justiça nem da Ordem dos Advogados.

Dois dias não são morosidade.

E isto não é sobre o processo Marquês. É sobre todos nós.

Porque amanhã pode ser você. E nesse dia, vai querer que o advogado tenha tempo para estudar o processo ou prefere um julgamento rápido onde ninguém percebeu nada?

A justiça não deve agradar à opinião pública. Deve ser justa. E ser justa significa dar a cada pessoa a hipótese real de se defender.

Sem isso, a velocidade transforma-se em arbitrariedade. Decidir depressa é bom. Decidir bem é essencial. E só conseguimos ambos quando respeitamos as regras que protegem todos nós.

 

 

Fonte: https://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/justica-com-direitos/detalhe/48-horas-nem-pensar

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