O recente episódio de declarações do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos (STI) contra a Advocacia Portuguesa expôs um problema sério: a injustiça das generalizações.
Quando se ataca um grupo profissional inteiro, sem provas, sem factos, está-se a destruir a dignidade de milhares de profissionais — e a minar os pilares da própria Justiça.
Frases como “vigiar faturação dos Advogados” ou “só passam fatura se pedirem” não são inocentes. São acusações generalizadas que transformam 36.000 profissionais em suspeitos sem qualquer fundamento.
Quando acusamos todos, não defendemos ninguém.
Este padrão repete-se: médicos, professores, jornalistas, políticos.
Basta um título, uma insinuação — e espera-se que a opinião pública aceite.
A verdade?
Atacar a Advocacia em bloco é atacar a Democracia.
Porque sem advogados livres e respeitados, não há cidadãos verdadeiramente protegidos.
Se há conhecimento de ilegalidades concretas, denunciem-se.
Se não há, o silêncio é uma questão de ética.
Os Advogados não aceitarão ser bode expiatório de políticas fiscais falhadas ou sistemas de controlo ineficazes.
Enquanto se ataca quem passa fatura, ignora-se a verdadeira fraude fiscal: uma economia paralela que representa 35% do PIB — milhões que nunca chegam ao Estado.
Este é o perigo real: qualquer profissão pode ser criminalizada amanhã.
Ou defendemos a verdade, ou aceitamos a calúnia e a injustiça.
📎 Comunicado oficial da Ordem dos Advogados: https://portal.oa.pt/comunicacao/comunicados/2025_2/comunicado-oa-repudia-declaracoes-infundadas-contra-a-advocacia/
📰 Leia o artigo completo no Jornal Expresso: https://expresso.pt/opiniao/2025-07-24-a-tirania-das-generalizacoes-o-perigo-da-injustica-coletiva-a7a71d1a